terça-feira, 23 de março de 2010

Cinema e avião: ervas daninhas...

         Cartaz do filme 
                    

            Quem me conhece sabe que nos últimos dois anos não tenho acompanhado os filmes "comerciais" que entram em cartaz nos cinemas de João Pessoa. É que a as melhores salas de exibição da cidade ficam num shopping que eu não frequento. Mas, tenho ido ao Cine-teatro Bangüê. Foi lá que vi neste último final de semana o divertido filme francês "Les Herbes Folles". Aqui no Brasil, "Ervas Daninhas". 
                      Não é uma comédia. É um filme que traz personagens diferentes e curiosos. Não sei dizer exatamente por que gostei. Mas, no geral, sempre que vejo bons filmes, como o de Alain Resnais, saio do cinema voando... E umas das identificações que tive com este filme: as personagens principais têm fascínio por avião. Uma é piloto; a outra voa...
              Eu também!... Cresci com um grande fascínio pelas aeronaves. Sempre achei lindo e maravilhoso vê-las no ar. A minha paixão maior sempre foi por aeronaves grandes, dessas que fazem voos comerciais. Sabe, viajar de avião já foi um grande " glamour". As pessoas se preparavam para o grande dia.
             Na minha primeira viagem de avião, me deparei com um texto que foi feito para mim. Era um artigo no qual o autor tratava da seriedade que era voar, sob o prisma de quem - assim como eu - morria de medo de viajar de avião. Tudo o que o autor descrevia parecia comigo. Tão parecido que me identifiquei, prontamente, quando ele disse que não cabia diversão durante uma viagem aérea. E, por ironia do destino,  logo, logo me deparo com uma situação nada confortável...
             Numa conexão em Guarulhos para Floripa, muito congestionamento no ar, e nada de autorizarem a nossa decolagem, aí já viu... Demora. Demora. Demora. Foi aí que o comandante da aeronave, para aliviar o estresse dos passageiros, ainda na pista,  liberou uísque  para todos. E  na aerononave havia ainda uma cantora da "Ilha da Magia" a bordo. Pronto! Tava feita a festa. Era todo mundo bebendo, cantando até a hora da decolagem. Difícil foi para as aeromoças passarem os procedimentos de segurança do voo. Qual não foi o meu medo, você pode imaginar, por ver aquele relax todo num momento que exigia tanta seriedade.
              O trecho São Paulo- Floripa foi uma diversão só, para aqueles que não sabiam o quão sério é voar. Naquela época eu pensava assim. Foram 50 minutos com medo que algo desse errado. Sim, porque para quem pensava como o autor daquele artigo de jornal, qualquer descuido na atenção de quem voa poderia levar a algo que desse errado. Um sentimento de respeito (seriedade) tinha que se fazer presente entre os passageiros, para que tudo terminasse muito bem, como forma de merecimento.
               Eu não preciso dizer que, apesar da festa a bordo,  deu tudo certo naquele Boeing 737-200 da Varig com destino a Florianópolis. Afinal, contei um pouco da história... Mas que voar é coisa séria ou de louco, isso é!
              Veja o filme. Você vai concordar comigo.