terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tela e o vestidinho azul


Tela sentada no muro da casa da tia Antonieta.

          Hoje, Dia das Crianças, me veio a vontade de "scannear" a foto que vocês vêem postada acima. Deveria ter uns quatro anos. É do tempo em que eu brincava na Praça João Pessoa. Ia para lá nos finais de semana, antes (ou quase sempre) dava uma passadinha na casa de tia Antonieta, uma colega de infância da minha mãe.
          Ainda tenho o vestidinho da foto. Ele é azul, com aplicações de florzinhas brancas, feito num tecido grosso como um brim. Uma graça. E os sapatinhos?! Lindos, não?! Eram vermelhos. Lembro do quanto reclamava deles, usei até ficarem apertados. Mainha dizia, em resposta às minhas queixas,  mais ou menos assim: "Esses pés que não param de crescer!".
          Eu me achava muito forte. Via a minha mãe magrinha... e a achava muito fraquinha. Eu reclamava que ela me botava no colo e me deixava escorregar. Aliás, eu só vivia pendurada nela. Não queria conversa com ninguém.  Mas, segundo ela, eu era um amor de menina, desde que me tratassem com carinho. Era mesmo! Não dava trabalho, só era mais danada que a minha irmã. Esta era uma santa.
           Não deve ter sido um tempo fácil. Morávamos na casa na minha avó paterna, mas eu não lembro muito bem dela. Só sei que quebrei o hidrômetro que havia no jardim daquela casa. Eu o achava lindo. Fazia um barulhinho ótimo, e eu o queria só para mim. Foi então que meti o martelo, quebrei o "relogiozinho" e não tive força para arrancá-lo. Fiquei frustrada e ainda levei uma palmada da minha avó. Ela, inteligentemente, inventou para um funcionário da Cagepa que um ladrão havia feito aquilo. Ai, ai... Vocês acham que ele acreditou?! Também acho que não... Mas, enfim, não quero muito lembrar dessa época. Não acho que foram as mais felizes. Quero registrar mesmo esse vestidinho lindo que vocês vêem na foto. Eu gostava dele.