segunda-feira, 28 de junho de 2010

Coisas que vi

                                          Atenas - Terra Socrática que ainda vou percorrer.  
                       
          Numa fase da vida gostei muito de colecionar cartão-postal. A maioria de cidades. São tantos os lugares. Há ainda muitos que só conheço por fotos. Tem uns ótimos daqui de João Pessoa, de quando a cidade completou 400 anos, selado com a mesma imagem do cartão.  Há uns que são comemorativos, outros de arte e uns conceituais (meio duvidosos...).  Mas, eu já tive vontade de me desfazer deles. Tinham- de certa forma- perdido o sentido para mim; não tinha um lugar adequado para guardá-los e nunca achei um álbum ou coisa parecida para valorizar a minha coleção. Ficava tudo dentro de um saco plástico. Como disse, tinha sido uma fase. Viajei várias vezes e não mais comprei postais. A minha coleção ficou empacada. Vários amigos também esquecerem de me mandar cartões e as suas impressões por onde passavam. Acho que deixou de ser um hábito. Ou, então, deixei de ser lembrada nas viagens deles. 
         Sábado, eu tava lendo um texto de Luiz Alberto Marinho que fala sobre colecionadores e a sua arte de preservar, controlar ou manter vivo algo que vai se perder... Foi aí que peguei os meus postais. Nossa!... Comecei a reler vários. Encontrei coisas que nem imaginava mais existir. Tinha um de Piguinho para Piguinha, e eu nem sabia que eu já tinha sido a Piguinha de alguém. (risos); um outro de uma amiga que me apresentava a sua nova casa (Manaus), onde assinalava- no postal- o itinerário que fazia diariamente; e um lindo da minha mãe - na sua primeira visita a Floripa- em que dizia que melhor do que a Ilha só eu, a minha irmã e o sofá da nossa casa. Encontrei outros, que eu também não lembrava, de um colega da UFPB. - Alô, Fabiano! Tem postal seu comigo!
          Após ver e reler os meus postais,  logo, logo  encontrei um lugar adequado para eles. Coloquei-os numa caixinha de madeira, organizados de A a Z. Decidi que não vou mais me desfazer deles. De fato, lembrar é viver duas vezes (no mínimo!). E eu não quero esquecer tanta coisa bacana que vi ou vivi, porque coleção é algo para ser visto, ou melhor, vivido sempre que puder e quiser. É para isso que servem as coleções. Eu até me arrependi de ter destruído o álbum de fotos que fiz do exímio nadador Ricardo Prado e os recortes - que guardei por tanto tempo- do Menudo. Este último, depois que entrei na minha primeira faculdade me dava repulsa só de lembrar que um dia fui fã do grupo portorriquenho. Bobagem pensar assim. Hoje, vejo que não deveria ter me desfeito de nada.
           Vida longa aos colecionadores! 

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